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Foto do escritorSeneca Evercore | Notícias

Empresas vendem fatias minoritárias para bancar expansão

Atualizado: 18 de nov.

(Valor Economico) Essas transações já representam 35% das operações de fusões e aquisições no ano até o mês de outubro; em 2021 ficaram em 6% do total


Por Fernanda Guimarães e Mônica Scaramuzzo — De São Paulo


Com o mercado há mais de três anos fechado para aberturas de capital na bolsa brasileira, um grupo de empresas tem lançado mão da venda de fatias minoritárias para levantar recursos para bancar sua expansão. As transações minoritárias representaram neste ano, até outubro, 35% das operações de fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês), ante 23% e 16% em 2022.


Em 2020 e 2021, quando o mercado estava plenamente aberto diante da ampla liquidez, inclusive para operações consideradas pequenas, o percentual foi de 7% e 6% respectivamente, segundo estudo conduzido pela Seneca Evercore, a pedido do Valor.

Em alguns casos, segundo especialistas consultados, as companhias também estão buscando uma avaliação prévia a uma abertura de capital, à espera de uma reabertura das ofertas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês), que no momento é projetada para 2025. Em outros, a empresa busca melhorar sua estrutura de capital. Essa, por exemplo, foi a razão por trás da decisão da CSN de vender uma participação da sua controlada CSN Mineração.


Dentre os casos que já estão na mesa, a farmacêutica Cimed contratou o J.P. Morgan para buscar um comprador para uma fatia minoritária, algo que é esperado, segundo fontes de mercado, para atrair fundos de private equity (que compram participações em empresas). A gaúcha Peccin, dona da marca de chocolates Trento, mandatou o UBS BB também para estruturar a venda de uma participação, conforme já noticiado pelo Valor. Procuradas, as empresas não comentaram.


Outro caso emblemático é a Compass, a divisão de gás da Cosan, que estava na fila para uma abertura de capital, e que também pretende vender uma fatia minoritária - há interesse de investidores, disse ao Valor o fundador e presidente do conselho de administração do conglomerado, Rubens Ometto.


Entre fintechs, a tendência também tem sido observada. A Act Digital está em busca de um sócio para seguir com sua expansão.O Warburg Pincus comprou uma fatia minoritária da Contabilizei (venda secundária) e a MeuTudo também quer buscar um investidor, com banco trabalhando na operação, segundo fontes. O Agibank, outro à espera de uma janela de abertura de capital, está com o Goldman Sachs para uma venda minoritária. As empresas não comentaram sobre os processos.


O sócio da Seneca Evercore, Daniel Wainstein, diz que o aumento das transações minoritárias também é explicado pela decisão de acionistas de vender suas empresas. Mas, com a queda do valor dos ativos, a decisão tem sido de se desfazer, no momento, de apenas uma fatia. “A perspectiva que temos hoje no mercado é que as transações que eram antes contempladas para serem de controle acabaram migrando para a venda de participação minoritária, atendendo parcialmente ao desejo dos acionistas e reservando uma venda de 100% para um momento mais construtivo de mercado.”



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