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Foto do escritorSeneca Evercore | Notícias

Compra e venda de fatias minoritárias de empresas crescem no 1º semestre

Atualizado: 17 de out.

(Broadcast) Operações do gênero responderam por 27% de todas as fusões e aquisições no País



Por Cristiane Barbieri (Broadcast)


As transações que envolvem fatias minoritárias de empresas cresceram no primeiro semestre do ano e atingiram 27% de todas as fusões e aquisições (M&As, na sigla em inglês) feitas no País. O porcentual é o maior desde 2017 (pouco depois da crise do governo Dilma), quando representaram 47% do total, segundo a Sêneca Evercore.


De acordo com a assessoria financeira especializada na área, há vários motivos para o movimento. Um deles é que, de maneira geral, muitos sócios minoritários tinham decidido vender suas empresas antes da pandemia e houve um represamento dessas transações. Sem encontrar condições favoráveis para fechar o negócio de lá para cá e com necessidade de fazer caixa, acabam vendendo fatias menores e reservando parte do patrimônio para passar adiante em um momento mais favorável.


Por outro lado, as empresas brasileiras de capital aberto, mas pouco negociadas na Bolsa, estão com endividamento recorde (medido por geração de caixa sobre despesas financeiras) desde o primeiro semestre do ano passado. É o pior patamar dos últimos sete anos. O primeiro semestre de 2024 foi também o período com maior número de recuperações judiciais nos últimos dez anos.


Busca por capital reflete baixo crescimento

Além disso, com exceção do ápice da pandemia em 2020, estas empresas vêm tendo dificuldade para crescer. No último trimestre, o faturamento delas encolheu em 1,3%. Com isso, muitas precisaram levantar capital para equacionar seu endividamento, o que acaba também reforçando as transações minoritárias.


Um outro motivo está na crise de crédito causada pelas Americanas, no ano passado. Sem alternativa para tomar recursos via bancos, muitas empresas acabaram recorrendo a companhias especializadas em special situations (que emprestam a empresas em dificuldades) e contraíram dívidas caras, geralmente para serem pagas em 12 meses. É exatamente agora o vencimento e, para evitar uma bola de neve, muitas estão buscando alternativas, como a venda de ações.


A manutenção da Selic em patamar elevado piora esta situação. Segundo a Sêneca, muitas empresas brasileiras estão em momento delicado e tem evitado fazer investimentos, mesmo que necessários para manter seu nível de produção. Sem investimentos, o faturamento deve cair e o problema, se agravar.


A Sêneca tem mapeados no Brasil 147 investidores financeiros buscando oportunidades para investimentos privados (ou seja, comprar participações em empresas sem que seja via bolsa de valores), dos quais 86 são brasileiros e 61 internacionais. Destes fundos, cerca de 68% investem em participações minoritárias e 32% buscam somente transações de controle.


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