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Foto do escritorSeneca Evercore | Notícias

A vez das butiques de investimento

(Capital - O Globo) Seneca Evercore lidera entre as assessorias independentes, com um volume de US$ 3,5 bilhões e 15% do mercado Por Mariana Barbosa e Rennan Setti A crise de crédito que se acentuou com o escândalo da Americanas no início do ano está alterando o relacionamento das empresas com os bancos — e o reflexo vai além de uma perda de participação na concessão de empréstimos: ela afeta também a área de assessoramento em fusões e aquisições (M&A). — Os bancos deixaram de ser assessores para virar credores — diz Daniel Wainstein, sócio da Seneca Evercore, butique de fusões e aquisições criada em 2020 e que lidera em volume e valor de operações entre os assessores independentes, segundo a Dealogic. — E uma vez que esses bancos se colocaram do outro lado da mesa em um momento tão delicado para muitas empresas brasileiras, eles acabaram perdendo a confiança e apoio de muitos empresários — diz.

O escritório de Wainstein, Rodrigo Mello e sócios abocanhou 15% do mercado de M&A no país. Com um time de 30 pessoas, participou de operações que somaram US$ 3,5 bilhões, ficando à frente do Itaú BBA, JP Morgan e Bank of America e outros. O Itaú BBA, com um time de 100, movimentou US$ 2,4 bilhões.

Butiques como Seneca Evercore e BR Partners — segunda maior entre as independentes e que assessorou US$ 2,5 bi este ano — foram acionadas para encontrar uma saída para o alto endividamento das empresas. Muitos optaram por novos financiamentos, equacionando a estrutura de capital com a emissão de dívidas conversíveis.

Desde 2018, as assessorias independentes saíram de uma participação de 4% para quase 24,5%, enquanto os bancos comerciais saíram de 51% para praticamente o mesmo volume que as independentes. Os bancos internacionais tradicionalmente abocanham a outra metade desse mercado.

— Isso não volta. Os bancos costumam atrelar crédito a operações de M&A futuras. No momento em que perdem o oligopólio do crédito, eles perdem o poder do M&A — diz. Há 5 anos, os bancos controlavam 71% do mercado de crédito corporativo. Hoje, eles detêm 56%. O esvaziamento do M&A nos bancões tem levado à criação de novas assessorias independentes, num movimento similar ao que vem acontecendo no Private Banking, como muitos gestores saindo para formar assessorias independentes de gestão patrimonial. Publicada em: https://oglobo.globo.com/blogs/capital/post/2023/12/butiques-de-investimento-avancam-em-fusoes-e-aquisicoes-e-tiram-mercado-dos-bancos.ghtml

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